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Seleção Feminina: da frustração com a Copa ao início de um novo ciclo

Confira como foi o ano da seleção feminina do Brasil

15/12/2023 às 07h08 Atualizada em 15/12/2023 às 07h49
Por: NATALIA CONCENTINO
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Foto: Nayra Halm/Staff Images Woman/CBF
Foto: Nayra Halm/Staff Images Woman/CBF

A Seleção Brasileira Feminina de Futebol começou 2023 com a esperança de conquistar o título inédito de campeã do mundo sob o comando de Pia Sundhage, o que marcaria para sempre a história da modalidade aqui no nosso país e iria coroar um grande ciclo de mudanças comandado pela técnica sueca. Mas, nem sempre as coisas saem como planejadas…

 

Início da preparação para Copa + SheBelieves

Com um primeiro semestre focado na preparação para a Copa do Mundo Austrália/Nova Zelândia, a Seleção chegou a participar do torneio SheBelieves, nos Estados Unidos, em fevereiro. O torneio contou com apenas uma fase e confrontos diretos, reunindo Brasil, Estados Unidos, Japão e Canadá. 

Ao final, a Seleção Brasileira ficou na terceira colocação depois de perder por 2x1 para a Seleção da casa na última partida.

 

Finalíssima

A chamada Finalíssima foi uma partida disputada entre as seleções campeãs das últimas edições da Copa América e da Eurocopa, ou seja, Brasil e Inglaterra, que aconteceu em maio. O jogo encerrou com 1x1 no tempo normal e foi para os pênaltis. Porém, na disputa por penalidades o Brasil não conseguiu se dar bem e acabou sendo derrotado por 4x2.

Ainda em maio, as brasileiras realizaram um amistoso com a Alemanha, conquistando um resultado com a vitória por 2x1.

Em julho foi a vez de encarar o Chile em um amistoso. Dessa vez a Seleção fez bonito, venceu por 4x0 e ganhou um ânimo extra para a Copa do Mundo.

 

A decepção na Copa do Mundo e o fim da “Era Pia”

A edição de 2023 gerou muita expectativa no torcedor brasileiro, que não via a hora de celebrar o primeiro título mundial da Seleção Feminina, afinal, nunca se falou tanto (mesmo que ainda pouco) sobre o futebol feminino como nos últimos anos. O Brasil estava vendo uma revolução na categoria, que partiu não só da comissão técnica liderada pela multicampeã Pia Sundhage, como pelo investimento um pouco maior feito pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e patrocinadores, além do espaço crescente dado pela mídia - que passou a transmitir jogos de campeonatos nacionais em canal aberto e estava preparada para fazer a maior cobertura de Copas do Mundo Femininas de todos os tempos.

Dito isso, no primeiro jogo, as meninas do Brasil pareciam demonstrar preparação e maturidade, mesmo sem contar com nomes consagrados em campo, já que Formiga se aposentou, Cristiane não foi nem convocada (contrariando boa parte da torcida depois de um bom desempenho no time do Santos) e a rainha Marta estava no banco se recuperando de uma lesão. Apesar de o adversário ser o fraco Panamá, as brasileiras jogaram bonito e entregaram um 4x0 com belos gols e brilho de Ary Borges.

Só que já sabíamos que o segundo jogo não seria fácil, pois a França havia eliminado as brasileiras na Copa anterior. Bom, e como era de se esperar, as francesas mostraram que estão em boa fase e venceram por 2x1.

Contra a Jamaica, a Seleção Brasileira tinha que se impor e conquistar a vitória a qualquer custo, mas não foi o que aconteceu. O placar de 0x0 refletiu falhas no sistema de Pia, que demorou a realizar substituições, frustrou toda a torcida e marcou a despedida de Marta, nossa maior jogadora, das Copas do Mundo. Realmente, foi uma despedida muito amarga para a rainha e para algumas de suas companheiras mais experientes. 

A decepção ficou estampada no rosto de todos aqueles que acompanham o futebol feminino e daqueles que passaram a acompanhar somente este ano porque tiveram a oportunidade de assistirem aos jogos da principal competição da categoria depois de um decreto que permitiu as empresas dispensarem seus funcionários no horário dos jogos, um marco para o esporte.

E, como já era esperado, não demorou muito para que a CBF anunciasse o fim da passagem de Pia Sundhage pelo comando da Seleção. Em agosto, a entidade esportiva comunicou que a sueca e sua comissão técnica estavam deixando seus cargos. A treinadora assumiu a equipe em 30 de junho de 2019 apenas alguns dias após a eliminação na Copa do Mundo daquele ano. Ao todo, foram 57 jogos, 34 vitórias, 13 empates e 10 derrotas, além de um título conquistado, o da Copa América.

 

Início de um novo ciclo e candidatura à Copa 2027

Após a demissão da técnica sueca, a CBF anunciou a contratação de Arthur Elias, técnico com grandes feitos no futebol feminino nacional e “campeão de tudo” pelo Corinthians. A chegada de Arthur marca o início de um novo ciclo de preparação para a próxima Copa do Mundo e a renovação da Seleção, já que algumas jogadoras bastante conhecidas da torcida já passaram dos 35 anos e estão se aposentando.

Junto com Arthur Elias chegam também a ex-jogadora Rosana no cargo de técnica da Seleção Sub-20 e Simone Jatobá, treinadora das seleções Sub-15 e 17. Desde a apresentação do novo treinador, a Seleção Feminina principal realizou cinco jogos amistosos e conquistou três vitórias.

Para fechar o ano de 2023, o Brasil apresentou um vídeo oficial de candidatura para a realização da Copa do Mundo de futebol feminino de 2027. Marta foi a escolhida para conduzir o vídeo, que ainda contou com depoimentos de incentivo de jogadores da Seleção Masculina. A CBF já tinha oficializado a candidatura do país em abril.

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