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Mayra Aguiar faz história e se torna primeira brasileira campeã do Grand Slam de Tóquio

Campanha do ouro teve duas vitórias sobre japonesas e uma sobre a atual campeã mundial, na final. Brasil faz melhor campanha da história com ouro de Mayra e prata de Jéssica Lima

03/12/2023 às 10h18
Por: Redação Fonte: CBJ
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Foto: Gabriela Sabau/IFJ
Foto: Gabriela Sabau/IFJ

Mayra Aguiar segue fazendo história no judô. Na madrugada deste domingo, 03, ela venceu todas as lutas eliminatórias, botou o Brasil em mais uma final no Grand Slam de Tóquio e não deu chances à atual campeã mundial, Inbar Lanir, de Israel, na final. Marcou um waza-ari nos primeiros minutos e dominou o combate para conquistar o ouro inédito do judô brasileiro na era moderna da competição. O único brasileiro campeão no Japão até então era Sergio Pessoa, que venceu a Copa Jigoro Kano, em 1986, em formato diferente do atual. 

Com a prata conquistada por Jéssica Lima (57kg), no sábado, 02, o Brasil encerrou a campanha com o melhor resultado da história e em quarto lugar geral no quadro de medalhas por países. Japão liderou com folga, seguido pelos russos e bielorrussos que lutaram sob bandeira neutra, além da Coreia do Sul, em 3º. 

 

Mayra foi implacável para garantir o ouro 

 

A campanha de Mayra em Tóquio começou com vitória nas punições sobre a russa Antonina Shmeleva. 

Nas fases seguintes, a chave traduziu o que é o Grand Slam de Tóquio, colocando duas japonesas no caminho da brasileira. Nenhuma delas chegou a ameaçar Mayra nas lutas.

Primeiro, ela projetou Mizuki Sugimura por ippon e seguiu para o combate com Mami Umeki. Umeki tem três medalhas mundiais, sendo um ouro em 2015, um bronze em 2021 e a prata de 2017, onde perdeu a final da mesma forma para Mayra Aguiar. Tinha tudo, portanto, para ser um duelo equilibrado.

A luta, contudo, não durou muito tempo. No primeiro ataque, Mayra acertou um golpe na perna de apoio da japonesa e completou o desequilíbrio forçando a adversária para trás, caindo direto de costas ao solo. Isso tudo em, aproximadamente, sete segundos de combate. 

Até Mayra pareceu surpreender-se com a vitória relâmpago. Comemorou brevemente de forma contida e logo retomou o foco. Ainda faltava a luta mais importante. 

O duelo final pelo prestigioso título no Japão foi contra a israelense Inbar Lanir que, neste ano, conquistou o ouro no Mundial de Doha e no World Masters, que não tiveram a participação da brasileira. 

Isso porque, Mayra focou em poucas competições neste ano e acertou no alvo em todos os “tiros” que deu. Foi campeã pan-americana e bronze no Grand Slam de Baku, em setembro. Escolheu Tóquio como o maior desafio de 2023 e cumpriu a meta. 

Derrubou Lanir lateralmente, marcando um waza-ari nos primeiros minutos da final. Seguiu muito superior na estratégia de pegadas e não permitiu que a israelense entrasse nenhum golpe. No final, atacou e tentou uma chave de braço fazendo o tempo jogar a seu favor e foi isso. 

“Mais um objetivo cumprido”, foi o que ouviu da treinadora da seleção, Andrea Berti, parabenizando a atleta ao sair do tatame. 

 

Bronze escapa de Larissa Pimenta nas punições

 

Outra brasileira que teve bom desempenho nas eliminatórias foi a meio-leve Larissa Pimenta (52kg). Ela contou com um pouquinho de sorte na primeira luta para derrotar a japonesa Rin Kamiya, que foi desclassificada do combate depois de projetar Pimenta com uma técnica proibida pela nova regra, o seoi nage invertido. O árbitro de área chegou a pontuar o waza-ari para a japonesa, mas a comissão de vídeo corrigiu a marcação e desclassificou Kamiya. 

Nas oitavas, Larissa passou pela croata Ana Viktojia Puljz, nas punições (3-2), e acabou caindo para a francesa Astride Gneto, também nas punições, nas quartas-de-final. 

Para manter-se viva na competição, Pimenta passou por Aleksandra Kaleta, da Polônia, dominando as ações e forçando três punições à adversária. 

A disputa pelo bronze foi com a israelense Gefen Primo, número 7 do mundo. Em luta amarrada, o jogo da brasileira não encaixou e ela acabou sofrendo três punições, terminando o Grand Slam em quinto lugar.

 

Willian Lima fica em sétimo lugar 

 

Quem chegou muito perto do bloco final foi o meio-leve Willian Lima (66kg). Depois de estrear com boa vitória por waza-ari sobre o japonês Yamato Fukuda, atual campeão mundial jr, Willian bateu Orlando Polanco, de Cuba, nas punições, chegou às quartas-de-final.

Encarou o mongol Baskhuu Yondonperenlei, número 2 do mundo, que venceu o brasileiro com uma imobilização no golden score. 

Na repescagem, Will acabou batendo no estrangulamento de Hekim Agamammedov, do Turcomenistão, e terminou sua campanha com um sétimo lugar, melhor resultado do Brasil entre os homens. 

Leonardo Gonçalves (100kg), Rafael Buzacarini (100kg), Rafael Silva (+100kg), Ketleyn Quadros (63kg) e Jéssica Pereira (52kg) estrearam com vitórias, mas não chegaram às quartas-de-final. O novato Michel Augusto (60kg) caiu na primeira para o vice-campeão olímpico, Yeldos Smetov, do Cazaquistão. 

O Grand Slam de Tóquio foi a última etapa do Circuito Mundial IJF em 2023 e distribuiu até mil pontos (ouro) no ranking de classificação olímpica para Paris 2024. A seleção brasileira seguirá por mais algumas semanas treinando no Japão até a pausa de fim de ano. 

O circuito retorna no ano que vem, em janeiro, no Grand Prix de Portugal. 

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