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Encontro de gerações brasileiras: meio século separa atleta mais jovem do mais experiente no Parapan

Cinquenta anos, ou seja, meio século separa a atleta mais jovem, a paranaense Kauana Beckenkamp, 14, jogadora de badminton, do mais experiente, o arqueiro cearense Eugênio Santana, 64.

16/11/2023 às 08h18
Por: Redação
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Foto: Francine Sirianni/CPB
Foto: Francine Sirianni/CPB

Os Jogos Parapan-Americanos de Santiago promoverá encontro de gerações na delegação brasileira. Cinquenta anos, ou seja, meio século separa a atleta mais jovem, a paranaense Kauana Beckenkamp, 14, jogadora de badminton, do mais experiente, o arqueiro cearense Eugênio Santana, 64.

O Parapan de Santiago será disputado de 17 a 26 de novembro. Para esta edição, a delegação brasileira contará com 324 atletas, de 23 estados e do DF, em 17 modalidades. São 108 cadeirantes79 medalhistas mundiais em 2023 e 51 participantes com até 23 anos de idade. Confira o raio-x completo aquiA competição, ao todo, terá 1.927 esportistas de 33 países.

Kauana faz parte dos 132 atletas que competirão pela primeira vez de uma edição dos Jogos Parapan-Americanos. A mais nova da delegação nasceu com uma má-formação congênita na tíbia (osso da canela) da perna esquerda e precisou fazer uma desarticulação do membro. A paranaense começou no badminton aos 10 anos e, após dois anos de treino, participa de sua primeira competição internacional.

“Estou muito grata por carregar o nome do meu país. Sei que muitos atletas lutam para estar em competições importantes como essa e vou dar o meu melhor. Acredito que o que me trouxe até aqui foi a minha determinação para não desistir”, comentou a jovem.

E no tiro com arco compete o atleta mais velho da delegação. Eugênio iniciou no convencional e migrou para a modalidade paralímpica três anos depois. O cearense carrega diversas conquistas na bagagem, como o ouro nas duplas masculinas no Parapan-Americano da modalidade, que aconteceu ano passado, também na capital chilena.

“Estou muito feliz e continuo treinando para continuar representando o país em competições internacionais”, contou Eugênio, que tem espondilite anquilosante, doença reumática que afeta as articulações.

O arqueiro desembarcou na capital chilena nesta terça-feira, 14, enquanto a jogadora de badminton chegará na sexta-feira, 17. A delegação brasileira que irá representar o país nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023 já se faz presente na capital chilena com 14 modalidades: basquete em cadeira de rodas, bocha, ciclismo, futebol de cegos, futebol PC (paralisados cerebrais), goalball, halterofilismo, judô, natação, rúgbi em cadeira de rodas, tênis em cadeira de rodas, tênis de mesa, tiro com arco e tiro esportivo. Faltam apenas três Seleções: atletismo, badminton e taekwondo. 

As primeiras Seleções Brasileiras a entrarem na Vila foram da natação, do tênis de mesa e basquete em cadeira de rodas. As três equipes são compostas por 133 integrantes no total, sendo 88 atletas (38 da natação, 24 do basquete em cadeira de rodas e 26 do tênis de mesa). Eles pousaram no Chile no último domingo, 12, e entraram na Vila Parapan-Americana na mesma noite. Alguns deles, já treinam em território chileno.

Nessa terça-feira, os atletas brasileiros da bocha, do ciclismo, tênis em cadeira de rodas, judô e tiro com arco se juntaram aos outros em Santiago. Nesta quarta-feira, 15, chegarão os do atletismo Depois, na sexta-feira, 17, será a vez dos jogadores de badminton e, por fim, os lutadores de taekwondo vão desembarcar na capital chilena no sábado, 18.

O Brasil conta com dois prédios na Vila Parapan-Americana. Na primeira torre, são 13 andares, 92 apartamentos e 305 camas disponíveis aos atletas brasileiros. Já no segundo prédio, são oito andares, com 64 apartamentos e 224 camas. No local, a delegação brasileira ainda terá à disposição uma área de convivência externa, um espaço administrativo e outro para atendimento de saúde, além de um depósito.

Os embarques dos brasileiros estão sendo feitos por modalidades (veja mais abaixo) até o próximo dia 18, com exceção do dia 16, em voos partindo do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos.

Na última edição do Parapan, em Lima, no Peru, em 2019, o país entrou para história com recorde de conquistas. A delegação brasileira chegou à inédita marca de 308 medalhas, entre as quais 124 de ouro, 99 de prata e 85 de bronze. Nunca nenhum país alcançou tantas vitórias em uma única edição de Parapan.

Confira a entrevista completa com os atletas:

O que representa o Parapan para você?

Eugênio Santana: O Parapan representa muito, eu almejo ser o primeiro atleta a conquistar uma medalha na minha classe e o mais velho a trazer uma medalha no tiro com arco. Estou indo pela medalha e pela vaga nos Jogos Paralímpicos. Esse é o meu objetivo.

Kauana Beckenkamp: É tudo muito novo. O Parapan, para mim, representa muita determinação e persistência para chegar ao topo. Esse é o começo de uma longa jornada no alto rendimento e que eu possa servir de exemplo para outros atletas no futuro.

O que você acha dessa reunião de idade no Parapan?

Eugênio: Fantástica. Essa troca é muito importante. Você conhece muita gente e diversos níveis de atletas e jeitos de competir. Cada conexão é um aprendizado.

Kauana: Eu acho incrível essa reunião de idade porque um dia eu posso estar no lugar das pessoas mais velhas e ser referência para a nova geração.

Como você se vê daqui 5 anos?

Eugênio: Daqui 5 anos, eu espero estar celebrando por ter participado da minha edição dos Jogos Paralímpicos e comemorando minha segunda medalha.

Kauana: Em 5 anos, eu vou estar com 18 anos e me vejo lá em Los Angeles, nos Jogos Paralímpicos.

O que você espera de Santiago?

Eugênio: Eu espero conquistar mais uma medalha em solo chileno e matar a saudade comendo caranguejo gigante das águas geladas, que vende no Mercado Central de Santiago.

Kauana: Essa é minha primeira viagem internacional. Estou ansiosa para conhecer Santiago e colocar em prática o espanhol que aprendi na escola. Quando comentei que iria para o Parapan, minha professora deu uma só sobre o Chile.

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