O Brasil conquistou três pódios neste domingo, 9, primeiro dia do Mundial de atletismo paralímpico, que acontece em Paris, na França, até 17 de julho. A delegação brasileira conquistou uma prata, com Lorena Spoladore no salto em distância da classe T11 (para cegos), e um bronze com Vinicius Quintino na petra (T72) e outro com Wallace dos Santos no arremesso de peso F55 (para cadeirantes).
O Brasil é representado por 54 atletas de 19 Estados e 11 atletas-guia na competição. O Mundial de atletismo de Paris é o primeiro após os Jogos de Tóquio 2020 e é realizada no Estádio Charlety, que tem capacidade para 20 mil pessoas e é sede do clube de futebol Paris FC, da segunda divisão francesa.
O Brasil terminou o primeiro dia de competição na décima colocação do quadro geral de medalhas. A Tunísia, com dois ouros e uma prata, lidera, seguida pela Colômbia e Uzbequistão, com um ouro, duas pratas e um bronze cada.
CONFIRA AQUI O GUIA DE IMPRENSA
A última medalha brasileira do dia foi com o carioca Wallace dos Santos no arremesso de peso da classe F55. O campeão paralímpico da prova atingiu a marca de 11,87m no seu último arremesso e conquistou o bronze. A vitória foi do búlgaro Ruzhdi Ruzhdi, que arremessou o peso em 12,68m, e a prata ficou com o polonês Lech Stoltman, com 12,27m.
"A prova foi boa. Demorei um pouco para me encaixar e sentir confortável na cadeira. Com isso, o último arremesso acabou sendo o melhor. Sair com uma medalha no meu primeiro Mundial é muito gratificante. Vou comemorar esse bronze como se fosse um ouro. Agora é continuar forte nos treinos para os Jogos Parapan-Americanos de Santiago, em novembro", afirmou Wallace.
Já o paulista Vinicius Quintino, o atleta mais novo da delegação brasileira, com 16 anos, subiu ao pódio logo em sua estreia em Mundiais ao completar a prova dos 100m pela classe T72 (que competem na petra) na terceira colocação. A petra é uma prova na qual os atletas correm com os seus próprios pés apoiando-se em uma espécie de triciclo sem pedais.
Vinicius Quintino fez 17s60 e superou em dois centésimos o quarto colocado Deividas Podobajevas, da Lituânia. O vencedor da prova foi o britânico Gavin Drysdale, com 16s66. A prata ficou com o também britânico Rafi Solaiman, com 16s78.
"Estou muito feliz com essa medalha. A prova foi muito disputada e acho que, por ser o meu primeiro Mundial, foi muito bom. Pretendo melhorar ainda mais para o próximo Mundial, em Kobe 2024", afirmou o atleta que tem paralisia cerebral em decorrência de uma anoxia durante o parto.
Mais cedo, pela manhã, a saltadora paranense Lorena Spoladore conquistou a primeira medalha para o Brasil no Mundial ao saltar 4,91m pela classe T11 (com deficiência visual) e ficar com a segunda posição na prova. A disputa foi vencida pela uzbeque Asila Mirzayorova, que atingiu a marca de 5,13m. Outra brasileira na prova, a sul-matogrossense Silvânia Costa terminou a sua participação na quinta colocação, com 4,59m.
Ainda neste domingo, outros brasileiros conseguiram avançar às finais em suas respectivas provas. O paulista Christian Gabriel, com a marca de 11s53, e o fluminense Ricardo Mendonça, com 11s25, cravando o novo recorde da competição, classificaram-se nos 100m T37 (paralisados cerebrais). A final acontece nesta segunda-feira, 10, a partir das 13h50 (de Brasília).
A maranhense Rayane Soares, nos 100m T13 (com deficiência visual), fez 12s74 e também assegurou seu lugar na decisão da prova, nesta segunda-feira, às 14h25 (de Brasília).
Já a potiguar Thalita Simplício e a paraense Jhulia Karol, nos 400m T11 (cegas), completaram a prova com os tempos bem próximos (1min00s26 e 1min00s20, respectivamente).
"Essa prova é a minha favorita. Mas a estreia nessa competição era mais para quebrar o gelo. Eu me senti bem e usamos mais a estratégia para avançar de fase. Vamos ajustar o erros e agora pensar prova a prova", analisou Thalita, que ao lado de Jhulia, estarão nas semifinais, a partir das 16h02 (de Brasília) desta segunda-feira, 10.
Ainda estiveram em ação neste domingo o fluminense Emanoel Victor de Oliveira, que ficou em oitavo lugar, com 13,45m, no arremesso de peso F37 (paralisados cerebrais), e o carioca João Victor, que terminou na décima posição, com 12,55m, na mesma disputa.
A amapaense Wanna Brito, no lançamento de club F32, terminou sua participação na quinta colocação, com 23,65m.
Confira a programação dos brasileiros no Mundial de atletismo Paris 2023 nesta segunda-feira, 10, com os horários de Brasília:
4h30 – 400m T11 (round 1)
Felipe Gomes
4h50 – 400m T11 (round 1)
Daniel Mendes
13h34 – Lançamento de dardo F57 (final)
Cícero Nobre
13h50 – 100m T37 (final)
Ricardo Mendonça
Christian Gabriel da Costa
14h04 – 100m T47 (round 1)
Maria Clara Augusto
14h25 – 100m T13 (final)
Rayane Soares
14h58 – 5000m T11 (final)
Júlio César Agripino
Yeltsin Jacques
16h02 e 16h12 – 400m T11 (semifinais)
Thalita Simplício
Jhulia Karol