Que vivemos em um mundo machista isso não é novidade, também não é nenhuma surpresa que o futebol, esporte mais popular do mundo, ainda tem em suas raízes um machismo tremendo. Nos últimos anos vemos cada vez mais jogadores presos por estupro, ameaçando parceiras e pasmem: clubes contratando condenados.
Não bastasse a história do Robinho ter sido contratado pelo Santos enquanto na época respondia pelo crime de estupro, voltou à tona naquele momento o caso envolvendo jogadores do Grêmio em 1987 na Suíça, entre eles o técnico Cuca, então comandante do Santos.
Depois disso as passagens de Cuca pelos clubes tiveram sempre as manchetes divididas entre a história que acontecer em Berna, na Suíça, e seus feitos como técnico. Mas mesmo assim ele nunca sofreu nenhuma pressão forte, como a que vem sofrendo desde que foi anunciado pelo Corinthians como novo treinador do clube.
O Corinthians, clube super respeitado em causas sociais, ícone de uma geração que lutou pelas Diretas Já, um clube que sempre levou a política em pé de igualdade com o futebol, um clube onde as conquistas mais recentes são todas do futebol feminino, preferiu esquecer tudo e contratar um técnico com um passado polêmico.
É claro que dentre os nomes disponíveis no Brasil, contratar o Cuca é sempre sinônimo de bom trabalho, ele sempre teve sucesso nos clubes, mas trazer ele que foi condenado em 1987 para um time com as credenciais do Corinthians, acabou manchando um pouco a história centenária do alvinegro paulista.
Em uma modalidade séria e sem machismo, nunca mais o Cuca trabalharia em um clube após voltar as manchetes o caso de 1987, nunca mais teríamos matérias ventilando o nome de Robinho a algum clube, nunca mais o Bruno seria contratado como goleiro de algum time.
Mas futebol é um esporte machista, onde o homem diz que não gosta de ver futebol feminino, mas diz que é apaixonado por futebol. Futebol é futebol, independente do sexo. Vivemos em um esporte machista onde um jogador da série D ganha muito mais do que muitas jogadoras da serie A do Brasileirão feminino.
Esse ano tem Copa do Mundo feminina, será que vamos parar o trabalho na hora do jogo para torcer pelas meninas? Creio que não e mais um ponto para o machismo.