O judô brasileiro tem uma história de amor com os Jogos Olímpicos, ao todo são 22 medalhas que nosso atletas conquistaram com muita luta e garra. Quem não se lembra quando Felipe Kitadai, mesmo depois de perder um dente, todo arrebentado, conquistou o bronze em Londres 2012 e fez desse momento uma das cenas mais lindas ao beijar os anéis olímpicos no shiai-jô? Quem não lembra da história mais linda do judô brasileiro, quando em 2012 Rafaela Silva perdeu e foi alvo de racistas, sendo xingada, crucificada e quatro anos depois, dentro da sua “casa” foi campeã olímpica?
Das 22 medalhas olímpicas, quatro são de ouro, três pratas e 15 bronzes. Desde os Jogos de Los Angeles em 1984 o Brasil não sai de uma edição sem medalha. Você conhece todos os medalhistas olímpicos do judô brasileiro e em que edições subiram ao pódio? Não? Então me acompanha nessa lista.
Munique 1972
Nos Jogos Olímpicos de Munique em 1972, o japonês naturalizado brasileiro, Chiaki Ishii deu início a história brasileira com os Jogos após faturar o bronze da categoria meio pesado na edição.
Los Angeles 1984
12 anos após a primeira medalha, o judô brasileiro mostrou sua garra e faturou 3 medalhas na edição. Foi a primeira vez que um brasileiro chegou na final, Douglas Vieira. Infelizmente ele perdeu e ficou com a prata. As outras duas medalhas vieram com os bronzes de Walter Carmona e Luís Onmura.
Seul 1988
Em Seul, o Brasil chegou a final novamente, mas dessa vez a história foi diferente. Aurélio Miguel chegou na final e derrotou o alemão Marc Meiling e levou para casa o ouro olímpico.
Barcelona 1992
Pela terceira vez seguida um brasileiro chegava a final dos Jogos Olímpicos e novamente com um final feliz. Rogério Sampaio derrotou o húngaro József Csák e sagrou-se campeão olímpico.
Atlanta 1996
Nesta edição o Brasil conquistou duas medalhas. Foi a segunda medalha do meio pesado Aurélio Miguel e a primeira e única de Henrique Guimarães. Ambas as medalhas foram de bronze.
Sydney 2000
No ano de 2000 o Brasil chegou a duas finais nos Jogos Olímpicos, perdeu as duas, porém apresentou um dos melhores judocas da história brasileira, Tiago Camilo, que aos 18 anos já havia conquistado uma medalha olímpica. A outra prata veio com o pesado Carlos Honorato.
Atenas 2004
Em Atenas, vieram duas bronzes com dois atletas sensacionais. Leandro Guilheiro conquistava o seu primeiro bronze olímpico e Flávio Canto, considerado um dos melhores atletas do mundo de ne-waza, levaria sua carreira ao auge conquistando mais um bronze para o Brasil.
Pequim 2008
Uma nova história começou a ser escrita nessa edição dos Jogos. Ketleyn Quadros conquistou um bronze e se tornou a primeira mulher brasileira a subir ao pódio de uma Olimpíada em esportes individuais, o que abriu as portas para o judô feminino crescer ainda mais no Brasil. Além dela, Tiago Camilo e Leandro Guilheiro entravam para a história, os dois que já tinham conquistado uma medalha olímpica, subiram no pódio mais uma vez, ambos com a medalha de bronze no peito. Foi nessa edição em que comecei a me encantar pelo judô.
Londres 2012
Sarah Menezes, Felipe Kitadai, Mayra Aguiar e Rafael Silva. Quatro medalhas, um recorde e uma edição histórica para o Brasil. Histórica porque Sarah Menezes se tornou a primeira mulher brasileira campeã olímpica de judô, fomentando ainda mais o judô feminino no país. Kitadai, Mayra e Rafael Silva conquistaram o bronze nessa edição. Londres ainda ficou marcada com uma história triste. Rafaela Silva era uma das favoritas para subir ao pódio, mas por um deslize, acabou errando na luta e perdendo, sem chances para a repescagem. Ela foi alvo de racistas na internet e até mesmo cogitou abandonar o judô.
Rio 2016
Dessa vez em casa, o judô brasileiro prometia não decepcionar. Rafael Silva e Mayra Aguiar conquistaram sua segunda medalha de bronze em Olimpíadas, entrando para o seleto grupo de judocas brasileiros que subiram duas vezes ao pódio dos Jogos. Rafaela Silva, essa mesmo que acabei de falar que cogitou largar o judô, teve uma história de superação incrível. Quatro anos após ser xingada e ouvir que o judô não era esporte para ela, a mesma se consagrou campeã olímpica. Com uma concentração e determinação de arrepiar os pelos de quem estava assistindo. Nada mais justo ela ser campeã dentro da cidade natal dela, né? Eu estava presente na Arena Carioca 2 durante as eliminatórias naquele dia e posso afirmar, tinha certeza que ninguém tirava aquele ouro dela, mas essa é uma história que contarei na próxima coluna!